A história transmutada pelo vinho!

A história transmutada pelo vinho!

Pode surgir de um encontro, de uma conversa, de uma noite de amor ou de riso, de qualquer coisa e do nada.

A vida percorre estradas construídas ao sabor do copo, reúne e dispõe metodicamente as partes de um todo, metamorfoseando histórias, levando ao êxtase a extroversão das almas.

A cada trago, os lábios que se carregam de vermelho, num batom de vinho, num brilho reluzente, balbuciam euforias, novos idiomas ou calmas maresias.

Dialetos de vinte línguas numa alma nua, um hausto e uma nova inspiração que se realiza, num caminho incontrolável, numa saudável demência que nos leva da terra à lua.

Num esgar, um encontro fugaz dos lábios, separados apenas pelo álcool que aceita as culpas tranquilamente. Danças sensuais, lentas, sedentas, pequenos deslizares quentes no ventre… um descontrolo emocional.

O destino predestinado que se conclui, uma lenta fusão nua, esculpida pelo tacto, em corpos teletransportados, fundidos no mundo do amor, num apogeu dos corpos… e vinho!

Os sentidos

O Amor é o sol da vida, faz sentido e é sentido. Tem de ser partilhado, tem o poder de influenciar e de predestinar.

A cada momento, um momento de mim, atingi o que julgava inatingível. um cheiro. uma cor. um devaneio. um sentimento. uma imagem. um mero, quase nada ou um mero, quase tudo.

Criei o meu próprio mundo, a minha redoma de Amor, a minha vida. Liguei devaneios quiméricos num mundo próprio de experiências. Porque todos criamos esses mundos de experiências, utopias e devaneios, só porque quero ir além do palpável. Quero entrar num mundo de criação, onde os sonhos fazem parte de viver. Um mundo real, mas onde, num ser mais completo e desprovido de complexos ou paradigmas, se podem unir os sentidos!

Fui mais além, ultrapassei limites. Sim, ultrapassei. No meu mundo, consegui segregar poemas com a minha pele, construídos com as estrofes saídas dos olhos, sentidos pelo toque das minhas mãos, pontuados pelas fragâncias e perpetuados pelos poros que os recitam apaixonadamente.

Serei sempre o rio que corre para o mar e espero pelo mais rigoroso inverno, em que a força das águas, concretize o desejo de me abraçar na sua maresia.

Encrustado em mim, o presente, o meu único tempo verbal.

Degustar com os olhos como quem aprecia, ver com as mãos como quem é carinhoso, cheirar com a boca num vaguear suave de fragâncias, ouvir os aromas da vida como estrofes de primavera e com as mãos ouvir os sons que o amor produz.

Os sentidos mesclados numa amalgama de amor, com amor, pelo amor.

Uma instabilidade temporal

Uma instabilidade temporal

Num mundo que continua a girar

Duas almas com sabor e sal

Em águas vítrias a navegar

 

Isto são fogachos de uma paz

Que reluz nas margens de um rio

Inspira, no pensamento que te traz

Transmitindo na barriga aquele frio

 

O sentimento que o escrito produz,

Nas almas que o podem ler

Provocam reacções de quem seduz

No destinatário com formosura para o reter.

 

E na construção de um amanhã, 

Se firmou o frio que nos aquece.

No corpo todo, na alma, sei lá!

Apenas no Abril que nos acontece.

 

Que neste puzzle que se vislumbra,

Não faltem peças para o construir.

Será num almoço, passeio ou numa sombra

Com verdade e sentimento para o ebulir 

 

Que este seja um dia feliz,

Ou um começo de algo superior,

Que as palavras sejam um verniz

Para adornar o que na amizade também é amor.

Foi assim que aconteceu...

Foi assim que aconteceu, unidos na magnitude do Amor, num último assombro de partilha, num apocalíptico adeus.

Sempre e para sempre, o meu grande amor.

7 anos de saudade

Amo-te perdidamente💖