Ela embevecia o pensamento, no instante em que olhava distraidamente para o alto de qualquer objecto insignificante. A sua perfeita harmonia entre o ser e o estar, entre cada palavra dita ou ouvida, redundava num estranho sentimento de pesquisa diária. Cada pedaço, era mais um fragmento de conhecimento e de mistério. A curiosidade e o êxtase, arrebataram-no numa busca incessante em prol do prazer que cada palavra, cada simples palavra, que perfumava o ambiente e o espírito, lhe trazia.
A razão de o ser era estranha e quase incompreensível aos olhos de quem, como eu, racionaliza cada parte do dia dedicando-a quase em exclusivo ao prazer de cada momento. Mas o momento deixou de ser um momento só e passou a ser um conjunto indubitável de fantásticos instantes. Múltiplos prazeres aconteciam.
Basta o mexer, uma feição, um balbuciar que fosse, foi único, cada um desses momentos. A capacidade quase afrodisíaca de ter uma interpretação para cada tema, sustentada numa singela capacidade intelectual, a que, por interesse ou simples degustar de cada sílaba, eleva a um estado apoteótico cada minuto passado na presença.
Dias e dias foram passando, semanas, meses, anos sem que percebessem sequer o que se estava a criar. Algo intenso na sua forma e profundo no seu sentir. A negação patenteada no presente do indicativo, eliminava quase por completo a possibilidade de evolução do que pairava no ar. Sem se aperceberem, foram criando um mundo de confidências e folias, um mundo que entendiam e que controlavam.
Mesmo quando se descontrolaram, foi controlado. Cada frase, cada olhar, cada gesto e carícia parecia ensaiada, destinada a ser imortalizada.
Imortalizada ontem, hoje e amanhã...
Vozes, outras, sem que de forma directa chegassem até eles, conspiravam preconceitos, embeberam-se certamente de insinuações e tertúlias malvadas, … os outros, as outras, … nada que perturbasse o mundo restrito onde só eles tinham acesso.
É visto hoje com mais clareza o dia e com mais beleza a noite, em suma a vida, e a ela se deve a evolução, quer da pessoa, quer da alma.
Comparando ao inevitável, “O Clube dos Poetas Mortos”, onde recitavam Poesia, a vida existe em cada momento, in the box, somos os poetas e a nossa poesia o carpe diam.
Em vez de “Death poets society”, pode ser “Very alive poets”
I know very well what I want, and when I forgot, I ask you
Because:
Às vezes não sei como definir, essa vontade de partilhar tudo, de comunicar, de discutir, de apreciar, de surpreender, de agradar, de estar…
Is a story, just a story, who knows… the story… that.
Sem comentários:
Enviar um comentário