sexta-feira, 9 de julho de 2010

José Luís Peixoto


Uma paisagem árida, mas ao mesmo tempo fértil, quente de um quente especial, que abrilhanta os sentimentos espelhados nas personagens, o sol presente até na noite, invade com raios constantes a vida da terra em que nenhum olhar pode ser diferente.

A narrativa decorre numa localidade ausente de exterior, (apenas a casa do rico que foi visitada uma ou duas vezes), serve como excepção da regra.

Meia dúzia de pessoas perdidas na aldeia, (Alentejana dizem e até pode ser… embora a tenha imaginado/definido noutras coordenadas), com as suas vidas reflectidas na interligação entre a paisagem (maravilhosamente descrita quase que se sentindo a sua respiração), as suas gerações, (José, filho de José, que é filho do José), as figuras míticas (o Diabo e o Gigante) e os muitas vezes excomungados da sociedade (a prostituta, que era cega e os irmão siameses Moisés e Elias ligados pelo dedo mindinho).

A escrita é apaixonante pela forma como nos torna mais atentos e perspicazes na imaginação e visualização da história mental, pela capacidade de nos obrigar á percepção das definições dos sentimentos expressos pelos personagens e até pelas sensações que nos dá as paisagens, quase que humanizadas também.

Sendo apenas o segundo livro que leio (excepção dos cinco e dos sete que acho que todos lemos), foi difícil a adaptação da leitura, mas enriquecedora também. A minha Princesa acertou no gift, não foi fácil, não foi amor á primeira vista, não foi um livro de paixão, mas que me posso apaixonar, obrigou a uma aprendizagem, que talvez, talvez me faça entusiasmar pela leitura.

Obrigado

2 comentários:

the princess disse...

És o meu orgulho!
Ninguém diria que não tens o hábito da leitura :)

Ainda bem que apreciaste, tenho a certeza que em breve o prazer da leitura fará parte dos teus hobbies.

Continua... existem milhares de histórias para te encantar.

Just a guy disse...

Para ficar registado o primeiro livro foi:

O Meu Pé de Laranja Lima

:)

Tambem um gift da Princess, things happen for a reason, i believe.