terça-feira, 1 de setembro de 2009

(...) O Mar, "água", "areia" e vida


“Olhando para o mar com um ar abstraído, talvez inundado por pensamentos e sensações, encontra ou observa a paz e a sensibilidade, proporcionando reflexões ponderadas…”

“Ele”, transborda emoções, apenas o vento o move, anda perdido como a “água” que nele jaz, ao sabor do vento, ou quem sabe dos pensamentos. De facto é difícil, adormece na paz que lhe trás o sono, acorda com a invasão de personagens indesejadas, abordando temas diversos, sem sentido, sem conteúdo.
Não, não, não queria mais esse fardo, “ele”, não se importa de dar, desde que também receba algo bom, com conteúdo, carinho, e não sinta que apenas tem obrigação de deixar todos os personagens felizes sem que nada receba de bom.
Tranquilo está, empurra, penetrando com a agua suavemente nas areias da praia, quase que descansando numa passagem poética, do acarinhar da areia, que não lhe dá nada mais do que “ele” precisa, deixa-o acarinhar dando-se no mesmo sentido.
É uma relação que não precisa de palavras, apenas gestos, o friccionar mútuo, transmitindo sensações, um abraço figurado, que ambos gostam, ambos querem, ambos precisam.
Certamente que no dia em que os trejeitos não existirem, teriam a capacidade impossível de se expressarem, sem colocar o silencio como imprescindível para que possam pensar, reflectir, acarinhar. Mesmo sem a envolvência da presença entre ambos, é possível que o mar, na junção da água com a areia se revele nos impossíveis da voz e das palavras.

Palavras é o que “ele” aguarda desesperadamente, quase como quem espera pela vida, a vida aguarda pacientemente uma palavra, mesmo que vazia ou solta, apenas a quebra de uma promessa, um aconchego, quase como o abraço do mar que enrola na areia.

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